Os mitos segundo o Ministério da Educação

O Portal da Educação identificou 10 mitos sobre a avaliação de desempenho docente. Não fosse este um assunto tão sério, não só pelos professores, não só pela escola e pela Escola, não só pelos alunos, mas acima de tudo pelo futuro do país e da sociedade, seria apenas mais uma graçola ou uma tentativa de manipulação política deste ME.

Já li alguns comentários sobre este tema em diferentes blogs, todos eles bem mais sérios que as respostas [aos mitos] do ME.

Destaco este no blog terrear:

Interessante este enunciado de mitos com as suas ortodoxas verdades. Na guerra de argumentação pela conquista da opinião pública e do eleitorado parece valer tudo. Misturar factos com interpretações. Generalizar evidências que estão longe de o ser. Tratar questões complexas com a ligeireza da linearidade. Reduzir tudo a questões técnicas (quando as questões políticas emergiram). Percebo o exercício. Mas custa-me lê-lo na página do Ministério que deveria estar acima de toda a suspeita de manobra, maquinação e de fabricação da verdade. E custa-me o contínuo atestado de menoridade intelectual: coitados dos professores que não entendem, que não compreendem a bondade, a justiça, a equidade, a exequibilidade, a simplicidade, a proporcionalidade, a leveza, a vantagem óbvia de um sistema. Que todos os partidos condenam (admito que por boas e más razões). Que quase todos rejeitam (já se sabe que é porque não querem ser avaliados e queriam voltar a um passado de privilégios). E só alguns iluminados persistem em defender por seis meses. 

Como chave de leitura destes 10 (dez) mitos, vejamos quais das distorções cognitivas estarão aqui presentes: 

Pensamento dicotómico: ver as coisas brancas ou pretas, falsas ou verdadeiras, felizes ou infelizes, sem se aperceber de que estes conceitos constituem os extremos de um contínuo.

Sobregeneralização: encarar um simples acontecimento negativo como um modelo de derrota ou de frustração sem fim; generalizar a partir de bases falsas ou insuficientes.

Abstracção selectiva: prestar toda a atenção a um pormenor, retirando-o do seu contexto, ignorando outros factos mais importantes.

Desqualificação da realidade: não ter em conta as realidades concretas adversas, sustentar uma crença positiva que a experiência do dia a dia, realmente, não confirma.

Inferência arbitrária: encarar as experiências localizadas como positivas, independentemente da existência de evidências desfavoráveis à inferência arbitrária.

Engrandecimento ou minimização: exagerar os sucessos pessoais e os erros dos outros. E, pelo contrário, afirmar que os sucessos dos outros não têm importância, e que os erros pessoais são como se não existissem.

Raciocínio emocional: assumir que os pensamentos negativos resultam do facto das coisas serem negativas .

Rotulagem: pensar o outro como um estúpido e agir em conformidade.

2 Responses to Os mitos segundo o Ministério da Educação

  1. […] mitos já são publicidade Na continuação deste post, aqui no Equilíbrios, pelos vistos os mitos mudaram para ideias erradas, tratadas como […]

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